Primeiro ato: a caminho do aeroporto - 1/5/2010

Então, pensei que só começaria a escrever na semana que vem, mas já rolou tanta coisa que não dá para esperar. Aliás, vou fazer a coisa em capítulos para não causar...sabe como é?!

Vamos lá: marquei meu taxi para 15h30 no sábado.  15h35 e nada. Estranhei, pois o profissional que me atende é sempre muito pontual. Dei uma olhadinha pela janela e lá estava ele.  Desci com as malas e o encontrei tocando nos apartamentos pelo interfone para me localizar. Explico, apesar de me atender há uns dois anos, nosso contato é sempre pelo celular. Ele sabe o endereço, mas não o número de meu apartamento já que sempre peço para me ligar no celular assim que chegar para que eu desça.

Malas no carro lá vamos nós para Cumbica e ele começa a me contar um história no mínimo folclórica, que não tem a ver com a viagem propriamente, mas vale ser relatada.

O motorista foi assaltado há um tempinho e levaram seu celular com sua agenda de telefones (por isso não tinha meu número para me chamar, já que quando liguei para marcar o serviço chamei da empresa e o número não aparece) e dinheiro.  O "causo" ganhou cores quando ele relatou alguns detalhes do tal assalto:segundo ele, há um ponto de táxi em frente ao Fórum ali na Barra Funda.  Quando não há táxi no ponto ou há muitos passageiros, o fiscal do ponto acaba chamando táxis que passam pela rua. Segundo o motorista, ele já havia feito vários trabalhos assim. E naquele dia não foi diferente.  O fiscal chama, ele pega três passageiros, na rampa de acesso do Fórum.  Ele pergunta para onde e dizem "Piqueri".  Chegando no Piqueri, como ninguém se manifestava, ele perguntou de novo para onde. Aí começaram indicações para direita, esquerda, para frente, até que ele foi dar de cara com um terreno descampado, mas ou menos por Taipas.  E nesse momento foi dado o aviso de assalto: um dos bandidos deu uma gravata por trás, enquanto ele estava ainda ao volante, outro torceu o braço direito, e o outro gritava que queria a arma. Não adiantava dizer que não tinha arma, eles continuaram a agredi-lo até que, finalmente, se convenceram.

Onde está a "graça" da história? Ele pegou os três passageiros-bandidos ou bandidos-passageiros nas dependências do Fórum/Barra Funda,ou seja,três meliantes agressivos, perigosos, saíram do meio de policiais, juízes, advogados, autoridades, para praticar um assalto. E foram colocados no carro da vítima pelo fiscal do ponto de táxi que atende ao Fórum.

Dá para acreditar? Tanto que o motorista disse que nem sentiu medo de morrer na hora, pois a surpresa foi tão grande que, até conseguir assimilar a história, os bandidos relaxaram o ataque, pegaram o que puderam (celular e dinheiro) e se foram.

É mole?

Outro evento interessante é o caos crescente a que está entregue Cumbica.  Sábado, 1/5, 16h15, filas quilométricas para todos os lados.  Até na KLM, companhia que utilizei. E mais, o atendimento do balcão de SP é infinitamente pior do que em outros locais (Amsterdã, por exemplo), o que é inexplicável. Afinal, e aquela simpatia natural da terra?  Os holandeses em Amsterdã são muito eficientes e extremamente simpáticos/atenciosos.

Eu não sabia, pois da última vez que precisei, despachei uma valise como frágil /bagagem desacompanhada.  Ontem pedi o mesmo para a frasqueira em que trazia café, pinga, remédios. Resposta: não colocamos mais aviso de frágil. Insisti, de novo:não colocamos mais aviso de frágil. Tudo bem que a ignorância era minha, mas, além de blasé tipo "azar seu", a pessoa poderia ter sugerido que eu levasse a franqueira, ou que reforçasse a embalagem, ou...afinal ela é que domina o assunto, conhece os meandros, procedimentos, pode aconselhor...bem, só me restou mandar daquele jeito mesmo e rezar.  Felizmente chegou tudo em ordem, mas poderiam ser um pourquinho mais solícitos.

Daí para a frente, seguiu tudo bem. A KLM é um relógio. Chegamos 30 minutos antes a Amsterdã, o voo para Hamburgo saiu no horário, os aviões são bem confortáveis, as refeições são boas, os comissários são ótimos - muitos estão acima dos 40 e alguns até dos 50, mas são eficientes, gentis, atenciosos, rápidos. Nos voos curtos, como de Amsterdã a Hamburgo, são comissários jovens que têm bons professores para seguir.

E vocês pensam que foi só isso? Nananinanão...Já, já tem mais.