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sábado, 24 de abril de 2010

No meio do caminho tinha um vulcão...



No meio do caminho tinha um vulcão
tinha um vulcão no meio do caminho
tinha um vulcão
no meio do caminho tinha um vulcão.

(emprestado de Drummond)

Não é complexo de superioridade, não, é o imponderável mesmo.  Bem, analisando a situação, o que houve foi um pouco melhor que tsunami, chuvas (RJ e Salvador), tremores (Chile), furacões, e por aí vai.  É que o tal vulcão islandês (vejam como é o nome correto: http://www.youtube.com/watch?v=9jq-sMZtSww&feature=player_embedded ) podia ter sido mais modesto, ter mais timing.  Tinha de acordar agora, e emporcalhar o mundo de cinzas?  Bem quando eu vou sair de férias e ia chegar até Oslo? First and last time in life, I guess!
Além de imaginar o caos nos aeroportos - i.e., pessoas com viagens familiares, de negócios, turismo, emergenciais-, há todo o prejuízo para companhias aéreas, hotéis, serviços, exportação de produtos perecíveis, etc.  Um prejuízo que só poderá ser calculado depois.  E a vida das pessoas vira de ponta-cabeça.  Mas o que se pode fazer? É a Natureza, é o imponderável.

Minha prima e o marido, após quase três semanas de viagem (férias tão suadas para conseguir e pagar), foram colhidos pelas cinzas em Munique.  Luta para sair dali, ir para Paris, para voltar para casa. Parece coisa de megalômano: Munique, Paris, tudo dito com sofrimento, com um travo, mas não é, não. Não é fácil para um forasteiro que tem que enfrentar todas essas vicissitudes, em lugares dos quais não conhece os costumes, a língua é outra e muito outra. Um estresse impressionante, como foi para aqueles que estavam nos EUA quanto houve o 11 de setembro, por exemplo.  Os da terra têm dificuldade em se entender com as autoridades, com as regras, com as mudanças, que dirá os de fora? Ainda mais que esses de fora têm seu orçamento controlado (salvo pouquíssima gente) para poder viajar, passear, fazer suas compras, portanto não dá para sacar milhares de euros de um dia para outro para pagar hotel, alugar carro, comprar passagens. Na maioria dos casos, uma situação complicadíssima!


Para minha sorte a chuva de cinzas aconteceu duas semanas antes de minha viagem. Ainda estou pensando em ir, isso se o vulcão se comportar bem daqui para a frente, mas já mudei completamente meus planos. Ia visitar quatro países (dois novos: Dinamarca e Noruega), já que estaria lá por cima, mas agora só vou rever a Alemanha, talvez viaje para alguma cidade próxima de Hamburgo que eu não conheça, e vou rever também Amsterdã no mesmo esquema,i.e., ver o que não vi na viagem anterior.   No entanto, se tudo mais falhar, vou pedir o reembolso da passagem aérea, perdendo dinheiro seguramente, e mudar o foco para o Novo Mundo.  Bem, ainda bem que tudo aconteceu com tempo suficiente para eu me reprogramar, ver as alternativas, etc., etc.  Mas e as pessoas que já estavam com o pé na estrada, ou dentro de um avião, ou não têm a possibilidade de reprogramar tudo tão rapidamente? Uma pena, de fato!


A lição que fica: mesmo com toda a tecnologia, com todas as especializações em terra, mar e ar, não podemos nada quando a Natureza dá um espirro, chora, tosse.  Nós também estamos trabalhando fortemente para o “devora-te a ti mesmo”.  Talvez o vulcão tenha despertado e erupcionado sem que tenhamos feito nada para isso, mas vai saber…a gente já bagunçou tanto o cenário (planeta) e continua a fazê-lo que ninguém pode garantir nada.


Tomara que depois de gritar, espernear, a Natureza se aquiete, e deixe que nós, serzinhos impotentes, continuemos a levar nossas vidas frágeis e efêmeras, pelo menos até que Lady Nature se enfureça de novo com nosso pouco caso, destrato, estupidez.


Será que a gente vai aprender algum dia?

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